Em Novo Hamburgo, o Cineclube Universitário Independente Alternativo (Cuia) finaliza sua primeira edição no dia 6 de dezembro. O evento acontecerá às 19h, na Casa das Artes, localizada na Rua Primeiro de Março, 59, no Centro. A programação conta com uma sessão especial que destaca obras que refletem as vozes de narrativas periféricas, indígenas e comunitárias do Rio Grande do Sul.
Uma das principais atrações da noite será o episódio de “Territórios do Sinos”, que foca na vida de Eni Gomes, Yalorixá do Centro Africano Nosso Senhor dos Passos, situado no bairro Santo Afonso. A série “Territórios do Sinos” acompanha três mulheres que desempenham papéis de liderança em diversas áreas, como carnaval, religião e movimentos sociais. O episódio apresentado no Cineclube destacará o papel de Eni como uma referência cultural e espiritual, além de sua atuação como organizadora social na comunidade.
Outra obra que será exibida é o curta-metragem “Fuá, o Sonho”, que já recebeu o prêmio de Melhor Direção na mostra de curtas gaúchos do 53º Festival de Cinema de Gramado. O filme é dirigido por Viviane Farias, que é indígena Kaingang, e conta com a colaboração de Amallia Brandolff. Esta produção é composta em sua maioria por mulheres da etnia Kaingang e faz parte do projeto Kaingang Si Fi Tár Kigróg. A história de “Fuá, o Sonho” gira em torno de uma jovem que se afasta de suas tradições e começa a sonhar com uma planta misteriosa enquanto busca uma cura para a doença de sua mãe. Essa jornada simboliza um processo de reconexão com suas raízes e identidade.
Depois das exibições, o público terá a oportunidade de participar de um bate-papo com as diretoras de “Fuá, o Sonho” e com membros da equipe de “Territórios do Sinos”. Este diálogo promoverá uma troca de ideias e reflexões entre realizadores e espectadores, favorecendo uma maior aproximação entre as partes. O evento será encerrado com um coquetel, proporcionando um momento de convivência entre os participantes.
O projeto conta com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura de Novo Hamburgo, utilizando recursos da Lei Paulo Gustavo, além do suporte da Casa das Artes e da Tocca. Essa iniciativa visa valorizar as vozes e as histórias das comunidades que muitas vezes não ficam em evidência, proporcionando um espaço de visibilidade e diálogo cultural.