A primeira década do Campus do Sertão da Universidade Federal de Sergipe (UFS) foi marcada por um forte impulso à pesquisa e à inovação. Desde sua criação, o campus se consolidou como um centro de ensino superior comprometido em entender e atender às necessidades da região. O foco principal da equipe, composta por professores, alunos e técnicos, é gerar conhecimento que ajude a transformar a realidade do Sertão Sergipano.
Entre 2015 e 2024, o campus observou um aumento significativo nas atividades de pesquisa. Grupos vinculados a áreas como Zootecnia, Agronomia, Medicina Veterinária e Agroindústria, além de Ciências Biológicas, Geografia e Gestão, ampliaram suas produções. O número de projetos financiados cresceu, assim como a quantidade de artigos publicados e parcerias institucionais estabelecidas. Os estudos focam em temáticas relevantes, como melhoramento genético de rebanhos, manejo sustentável de pastagens, mapeamento da caatinga, monitoramento de recursos hídricos e segurança alimentar. Essas pesquisas são essenciais para o desenvolvimento da economia regional, especialmente em relação à bacia leiteira, que ainda é uma das bases econômicas mais tradicionais do estado.
A atuação do campus vai além da formação de profissionais; ele gera soluções concretas para problemas locais, buscando integrar conhecimento científico ao desenvolvimento regional. No âmbito da inovação tecnológica, o campus se conectou a redes de pesquisa aplicadas, desenvolvendo projetos como sensores térmicos para monitoramento de rebanhos e sistemas de previsão climática, além de protocolos de biossegurança para agroindústrias. Muitas dessas iniciativas surgem de trabalhos de conclusão de cursos e estágios, mostrando a interação entre academia e comunidade.
Ainda, o campus promoveu também diversas tecnologias sociais, que são elaboradas em conjunto com comunidades rurais e coletivos urbanos. Projetos significativos incluem metodologias para preservação ambiental e soluções de comunicação comunitária. Um exemplo notável é o aplicativo “Me Deixe”, criado para ajudar no combate à violência contra a mulher. Esta ferramenta oferece informações sobre rotas seguras e redes de apoio, mostrando como a UFS pode contribuir para resolver problemas sociais urgentes.
Além disso, o Programa de Residência Agrária, iniciado em 2020, reflete a estratégia de aproximar os estudantes das práticas do campo. Através desse programa, jovens profissionais têm a oportunidade de trabalhar em usinas e propriedades, ganhando experiência e aumentando suas chances de emprego.
O campus também ganhou reconhecimento em encontros científicos e eventos, destacando-se pela qualidade de suas pesquisas e a relevância de seus grupos de trabalho. O desenvolvimento da infraestrutura, especialmente com a criação da Fazenda Experimental, promete ser um grande avanço para as atividades acadêmicas. Este espaço, planejado para a realização de pesquisas agrícolas, veterinárias e biológicas, permitirá que estudantes e professores realizem experimentos em condições reais, contribuindo diretamente para a produção científica aplicada à realidade do semiárido.
Com o investimento em estrutura e capacitação, o campus se solidificou como um importante pilar no interior do estado. O conhecimento produzido ali não é apenas teórico, mas está cada vez mais enraizado na prática dos produtores e na gestão pública. Assim, o Campus do Sertão se posiciona como um protagonista na busca por desenvolvimento local por meio da ciência e da inovação.
Ao completar sua primeira década, o campus não é apenas uma conquista do passado, mas uma plataforma para um futuro de expansão científica e comunitária. O fortalecimento da pesquisa, a melhoria das condições de ensino e o compromisso com a comunidade são fundamentais para transformar a vida das pessoas e o cenário econômico da região. O que começou como um sonho agora se consolida como um importante patrimônio educacional no semiárido sergipano. Para o futuro, espera-se que essa trajetória de crescimento e inovação continue.