domingo, 21 de dezembro de 2025
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Eliseu Gomes, ativista no Sertão, defende o Velho Chico e a Caatinga

EM 21 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 12:15

Projeto Sustentável no Sertão de Alagoas Tenta Salvar o Rio São Francisco

O Rio São Francisco, conhecido como o “Rio da Integração Nacional”, enfrenta sérios problemas. Milhares de quilômetros de suas margens estão sendo afetados por décadas de descaso governamental e poluição. Atualmente, 505 cidades, que vão desde Belo Horizonte, em Minas Gerais, até Paulo Afonso, na Bahia, despejam esgoto sem tratamento em suas águas. Essa situação crítica está ameaçando a vida aquática e a biodiversidade da região.

Entretanto, um projeto inovador no município de Delmiro Gouveia, em Alagoas, pode servir como modelo para a recuperação do rio. Localizado a cerca de 290 km da capital, Maceió, esse projeto demonstra que é possível combater a poluição de maneira prática, acessível e sustentável. O foco é substituir o conceito tradicional de esgoto por um ciclo fechado de nutrientes, onde resíduos são reutilizados de forma eficiente.

O empresário e ambientalista Eliseu Gomes, que lidera o projeto, possui propriedades na região, incluindo a Reserva Ecológica do Castanho. Durante uma visita às suas instalações, ficou evidente como a tecnologia adequada pode transformar o tratamento de resíduos. Propriedades como o “Jardim de Bananeiras” exemplificam essa abordagem inovadora, onde o esgoto é tratado de forma ecologicamente responsável.

Em sua visão, Eliseu critica severamente a maneira como os recursos hídricos têm sido geridos no país. Ele afirma que, há 25 anos, já alertava sobre a degradação do São Francisco. Hoje, ele descreve o rio como um “cemitério de espécies nativas”, citando a desaparecimento de peixes como o Dourado e o Surubim em um trecho de 300 km entre Paulo Afonso e a foz do rio.

Além disso, Eliseu aponta para o uso ineficiente dos recursos públicos. Para ele, é incoerente que bilhões sejam investidos em fundos eleitorais enquanto a população carece de serviços básicos de saneamento. Ele ressalta que a falta de atenção a essa questão é uma das causas principais da poluição que afeta tanto o Velho Chico e sua biodiversidade.

O projeto em Alagoas, portanto, não só busca a melhoria da qualidade da água, como também propõe um novo modelo de convivência com o meio ambiente, promovendo sustentabilidade e esperança em um futuro onde o Rio São Francisco possa ser revitalizado.

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