A morte de Daniella Perez, assassinada quando tinha apenas 22 anos, completa 33 anos neste dia 28 de dezembro. O crime, ocorrido em 1992, é um dos mais chocantes da história recente do país e continua a comover atores, amigos, fãs da atriz e de sua mãe, Glória Perez.
O crime foi especialmente brutal, protagonizado poucas horas após a gravação de uma cena importante na novela “De Corpo e Alma”, escrita por Glória. Essa cena marcou o término do romance entre os personagens Yasmin, interpretada por Daniella, e Bira, vivido por Guilherme de Pádua.
Na tarde do dia 28 de dezembro, Daniella e Guilherme gravaram a cena que selava a separação do casal na novela. Após essa gravação, Guilherme procurou insistentemente a atriz em seu camarim e lhe entregou dois bilhetes. O conteúdo dos bilhetes nunca foi revelado, mas pessoas próximas relataram que Daniella parecia nervosa após recebê-los.
Relatos de Guilherme e sua esposa, Paula Thomaz, indicam que o ator estava incomodado com a trama, sentindo que seu personagem estava sendo “diminuído”. Naquela semana, ele havia aparecido em apenas dois capítulos, o que o deixou frustrado.
O que se seguiu foi uma tragédia. Guilherme, visivelmente perturbado, saiu dos estúdios Tycoon, que na época eram os responsáveis pelas gravações da novela, e foi até seu apartamento em Copacabana buscar Paula, que estava grávida de quatro meses. Para não ser vista, Paula ficou deitada no banco de trás do carro, coberta por um lençol.
Por volta das 21h, Guilherme e Daniella ainda foram fotografados por fãs na saída do estúdio. Pouco depois, ele dirigiu um carro Santana e Daniella deixou o local em seu Ford Escort. O encontro que levou ao assassinato aconteceu em um posto de gasolina, onde Daniella parou para abastecer. Frentistas confirmaram que Guilherme parou o carro próximo a ela.
Após abastecer, Daniella foi surpreendida por Guilherme, que a agarrou pelo pescoço e a golpeou, deixando-a desacordada. Ele a colocou no banco de trás de seu Santana, enquanto Paula assumiu a direção do Escort. O casal então seguiu para uma rua deserta na Barra da Tijuca, onde, dentro do veículo, esfaquearam Daniella. O corpo foi arrastado até um matagal.
A perícia encontrou 18 golpes que atingiram órgãos vitais como o pulmão, coração e pescoço. Um advogado que passava pelo local notou a movimentação estranha, anotou as placas dos veículos e alertou a polícia. Quando os investigadores chegaram, descobriram que Guilherme havia adulterado a placa de seu carro com fita isolante.
Na manhã seguinte, ele foi levado à delegacia, onde, inicialmente, negou qualquer envolvimento. Entretanto, ainda no mesmo dia, confessou o crime. Paula, por sua vez, admitiu um envolvimento informal, mas negou isso em seu depoimento oficial.
O caso de Daniella Perez continua a ser lembrado como um dos mais impactantes da televisão e da sociedade brasileira, deixando um legado de indignação e reflexão sobre a violência.