Situação Econômica e Social no Brasil: Cenário Atual e Desafios Futuros
Nos últimos meses, a percepção sobre a situação econômica no país mostrou-se contraditória. Apesar de alguns indicadores favoráveis, muitos brasileiros parecem desanimados e céticos quanto ao futuro. O Produto Interno Bruto (PIB), que é um importante indicador da saúde econômica, é um reflexo desse sentimento.
Em dezembro de 2023, analistas do mercado financeiro projetavam que o PIB cresceria apenas 1,5% em 2024. No entanto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) surpreendeu ao divulgar que o aumento foi de 3,4%, mais do que o dobro do esperado. Apesar dessa boa notícia, não houve celebração ou grande reconhecimento. Ao contrário, as previsões para 2025 indicam um crescimento menor, entre 2% e 2,3%, o que preocupa muitos economistas.
Se o crescimento atingir 2,3% em 2025, o PIB terá crescido aproximadamente 9,2% nos três primeiros anos do governo atual. Isso representa, em média, cerca de 3% ao ano, o que pode ser considerado um bom desempenho, principalmente se compararmos com as taxas médias de crescimento dos últimos 40 anos, que foram inferiores a 2,5% anuais.
Outro dado relevante é o PIB per capita, que registrou um crescimento real de 3% no ano passado, alcançando R$ 55.247. Este valor é um recorde histórico, superando registros de 2013. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que essa alta significa um aumento na renda média da população.
Os números do mercado de trabalho também são promissores. A taxa de desocupação ficou em 6,6%, o menor índice desde que as pesquisas começaram em 2012. Além disso, a população ocupada atingiu um recorde de 103,3 milhões de pessoas. A renda média dos trabalhadores também aumentou, chegando a R$ 3.343 no primeiro trimestre de 2024, marcando uma alta de 4,3% em relação ao ano anterior.
No entanto, o país continua enfrentando sérios desafios. A taxa de investimento tem estado abaixo de 20% do PIB, um índice considerado insuficiente para garantir um crescimento econômico forte e sustentável. Desde 2014, essa taxa tem se comportado de maneira irregular, resultando em uma recuperação que não é robusta o bastante. Em 2014, a taxa de investimento foi de 20,9% do PIB, mas caiu para 14,6% em 2017, subindo para 17,9% em 2021 e, em 2022, chegando a 17%.
Além disso, a participação da indústria de transformação no PIB apresenta uma queda significativa ao longo dos anos. Em 1985, essa indústria representava 35% do PIB, mas hoje, esse número caiu para cerca de 11%. Essa diminuição de competitividade tem afetado a capacidade da indústria em gerar empregos e promover a modernização do sistema produtivo.
Em termos sociais, avanços têm sido registrados, como a redução da taxa de fecundidade, que passou de 6,28 filhos por mulher em 1960 para cerca de 1,5 nos dias atuais. Esse padrão demográfico se aproxima de países mais desenvolvidos, mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer.
Entretanto, o Brasil ainda enfrenta gravíssimos problemas, como a desigualdade de renda, o elevado número de pessoas vivendo em condições inadequadas, a grande extensão do mercado de trabalho informal e a baixa produtividade. Esses fatores, somados ao aumento dos preços dos alimentos, geram frustrações e apreensões na população. Apesar disso, é vital que a sociedade mantenha a esperança e continue buscando um futuro melhor, uma vez que o crescimento econômico é fundamental para isso.