quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
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Governo fecha última agência da Fazenda no agreste e sertão

EM 17 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 21:40

Uma decisão recente do Governo de Alagoas gerou críticas sobre o abandono das áreas interioranas do estado. O fechamento da última agência regional da Secretaria da Fazenda (Sefaz), localizada em Arapiraca, foi definido como uma medida que concentra ainda mais os serviços na capital, Maceió, e prejudica a assistência a nove municípios do Agreste e Sertão.

A agência, que deve encerrar suas atividades no dia 5 de janeiro, era responsável pelo atendimento presencial de cidades importantes como Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema e Porto Real do Colégio. Com o fechamento, contribuintes, especialmente pequenos empresários e agricultores, terão que recorrer a um atendimento online, que é considerado inadequado, ou enfrentar os custos de uma viagem até a capital para resolver questões fiscais.

Esse movimento é visto como um desmonte da estrutura administrativa que apoia a arrecadação e o suporte ao desenvolvimento econômico nas regiões interioranas. Muitos servidores que têm direito à aposentadoria agora se sentem pressionados a antecipar suas saídas, enquanto os auditores restantes poderão ser deslocados para cidades distantes, como Delmiro Gouveia e Propriá, sem opções de escolha sobre a nova localidade de trabalho.

A alternativa sugerida pelo governo – a criação de um posto reduzido com dois auditores em um shopping – é considerada pelos trabalhadores e comunidade insuficiente para atender à demanda histórica da região. O atendimento virtual, além de não ser viável em locais com acesso limitado à internet, é visto como uma exclusão que amplia a desigualdade no acesso a serviços públicos entre a capital e o interior.

Para muitos líderes comunitários e moradores, o fechamento da agência da Fazenda em Arapiraca simboliza o esvaziamento do estado nas áreas fora da capital. Arapiraca, que é a maior cidade do interior alagoano, agora perde mais uma estrutura que era considerada estratégica, o que reforça a percepção de que o governo estadual atende apenas às necessidades de Maceió.

A falta de comunicação oficial da Secretaria da Fazenda sobre os motivos dessa medida e a ausência de estudos que mostrem suas consequências alimentam a crítica de que a decisão foi tomada de forma autoritária, sem levar em consideração os impactos negativos no desenvolvimento regional. O anúncio, realizado às vésperas do Natal, foi considerado por muitos como uma falta de respeito, evidenciando um histórico abandono das áreas interioranas de Alagoas.

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